quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NGT Continua com Exibições “Obscuras” de Séries

Todo mundo deve se lembrar que a alguns meses atrás o canal NGT (disponível em apenas algumas cidades do país e pela internet) estava exibindo episódios avulsos do anime Yu Yu Hakushô, tirados diretamente dos DVDs da PlayArte. Depois de estrear Neon Genesis Evangelion no início da noite (horário bastante impróprio para o conteúdo do anime, diga-se), a emissora agora tem duas novas atrações nipônicas em sua grade: Yu-Gi-Oh! e Machine Man (tirado dos DVDs produzidos por fãs).

As séries são fornecidas ao canal pela distribuidora independente E+ Entretenimento, famosa por locar horários em canais nanicos pelo Brasil afora e colocar no ar conteúdo de DVDs já lançados por aqui, os quais ela diz ter adquirido os direitos nas Ilhas Virgens (não é uma piada!).

Apesar do apoio dos fãs para esse tipo de exibição, não dá pra negar que elas aparentam serem ilegais. E esse tipo de programação anda pipocando em emissoras comunitárias e “educativas” ao redor do país, que trasmitem séries e desenhos animados diretamente de DVDs lançados por aqui. E a pergunta é: onde estão os orgãos reguladores, que (em tese) deveriam fiscalizar as emissoras de tv que são concessões do governo?

Esse tipo de iniciativa pode ser ótima para os fãs, mas é bom lembrar que fã que é fã vai ter o material de qualquer jeito, independente de estar indo ao ar ou não – e essas emissoras não estão sendo “boazinhas com os otakus” (que sempre são excluídos pelos “tiranos” grandes canais de televisão), o que querem é ganhar dinheiro em cima.

No Brasil o acesso de forma legal à animes e tokusatsus é algo pré-histórico, e aí entram os fansubbers, uma mão na roda pra quem quer ficar mais próximo do que está sendo exibido no Japão. É uma iniciativa até louvável, já que não gera lucro pra quem disponibiliza o material (não entraremos na questão das “lojinhas de DVD”), usado apenas como divulgação. Só que a coisa muda de figura quando canais de tv, brinquedinhos caros tocados por quem tem dinheiro, passam a exibir programas sem pagar por eles, amparados por contratos obscuros (às vezes nem isso) feitos em locais mais obscuros ainda.

Existe o consenso de que o brasileiro dá um jeitinho em tudo pra levar o melhor em cima dos outros. Falamos mal da desonestidade dos políticos e até mesmo dos religiosos que estorquem os fiéis, então qual o motivo de achar bacana alguém ganhar em cima do trabalho de centenas de pessoas e não pagar um centavo por isso? Afinal, a empresa que comete um crime a olhos vistos pode estar fazendo coisas muito mais feias debaixo dos panos…

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